Cyperus papyrus, ou simplesmente
papiro, é uma planta famosa desde 40 séculos antes da era cristã.
Magnificamente adaptada às margens do Nilo, onde acompanhava em grande
quantidade o curso do rio, tem uma longa haste, sem nós nem folhas, de secção
triangular e da grossura de cerca de seis centímetros, a qual termina por uma
graciosa umbela em forma de penacho, formado por um tufo de pequenos ramos filamentosos
verdes. O que aparecia acima da terra era, em síntese, uma planta em forma de
junco com, aproximadamente, três metros de altura. Mas suas raízes também são
longas, medindo às vezes seis ou sete metros, e com grossura igual à do caule.
Veja no final desta página a foto de uma planta do papiro, embora deva ser dito
que a espécie que crescia no tempo dos faraós está atualmente extinta. E a fama
do papiro é mais do que merecida, pois foi ele que forneceu à humanidade um dos
principais instrumentos do progresso: o papel.
O papiro mais antigo que se
conhece foi encontrado em Saqqara, na mastaba de um nobre da I dinastia (2920 a
2770 a.C.), chamado Hemaka, e está em branco. O mais antigo exemplar escrito do
qual se tem notícia, datado do final da I dinastia, é formado por fragmentos do
livro de contas de um templo de Abusir, escrito em hierático. Na II dinastia
(2770 a 2649 a.C.) o papiro já se disseminara como suporte à escrita. Antes
disso, entretanto, as fibras de suas raízes ou das hastes eram empregadas para
a fabricação ou calafetagem de embarcações, na confecção de pavios de
candeeiros a óleo, esteiras, cestos, cordas e cabos resistentes, grossos
tecidos, sandálias e outros objetos. Reunidos em feixes, os talos do papiro
funcionavam como pilares na arquitetura primitiva. Não é à-toa que as colunas
de pedra imitam os feixes de papiro, com capitéis em forma de flores abertas ou
fechadas. Além de tudo isso, a parte inferior e carnosa da haste servia como
alimento e dela se extraia, também, um suco muito apreciado. Como papel ele foi
adotado pelos gregos, romanos, coptas, bizantinos, arameus e árabes. Grande
parte da literatura grega e latina chegou até nós em papiros. Ele continuou a
ser utilizado até a Idade Média, sendo que uma bula papal datada do ano 1022 da
era cristã ainda foi escrita sobre aquele material.
Hoje em dia sabemos que o papel
dos egípcios era preparado da seguinte maneira: o caule da planta era cortado
em pedaços de tamanho variável de até 48 centímetros. Neles eram feitas
incisões para retirar a casca verde e permitir a separação das películas, em
quantidade variável entre 10 e 12. Essas lâminas finíssimas, manuseadas com
cuidado para não se romperem, eram estendidas em uma tábua inclinada sobre as
águas, com a finalidade de serem molhadas constantemente. Sobre uma primeira
camada de tiras, dispostas na horizontal, era colocada uma segunda camada de
tiras, dispostas no sentido perpendicular. A própria água do Nilo, ao molhar as
películas, aliada ao fato de que o material era martelado, ativava a goma
natural da planta que, então, unia as tiras. As duas camadas de papiro depois
de comprimidas, batidas e polidas com pedra pome, atingiam a maciez necessária
para receber a escrita. Ainda que tênues e delicadas, as películas, unidas
entre si e sobrepostas, ofereciam bastante resistência. A face melhor do
material era aquela que tinha as fibras na direção horizontal. As folhas
prontas, que nunca excediam cerca de 48 centímetros de comprimento por,
aproximadamente, 43 centímetros de largura, eram coladas umas às outras para
formar longas tiras que eram enroladas com a face de fibras horizontais
voltadas para dentro. Uma vareta de madeira ou marfim era presa em cada
extremidade do rolo de papiro, formando um volume. O papiro mais largo
encontrado até hoje pelos arqueólogos é um Livro dos Mortos, conhecido como
Papiro Greenfield, e mede 49,5 centímetros de largura. O mais extenso, o assim
chamado Grande Papiro Harris, mede 41 metros de comprimento. O papiro em rolo
era um dos principais produtos de exportação do Egito antigo e foi, sem sombra
de dúvida, um dos maiores legados da época faraônica à civilização.
De todos os materiais empregados
como suporte para a escrita na antiguidade, — afirma o professor egípcio R. El
Nadury — o papiro certamente foi o mais prático, por ser flexível e leve. A
fragilidade, porém, era o seu único inconveniente. Resistia por pouco tempo à
umidade e queimava facilmente. Calculou-se que para se manter em dia o
inventário de um pequeno templo egípcio eram necessários 10 metros de papiro
por mês. Durante a dinastia ptolomaica, os notários de província usavam de seis
a 13 rolos, ou 25 a 57 metros por dia. Todas as grandes propriedades, palácios
reais e templos mantinham registros, inventários e bibliotecas, o que indica a
existência de centenas de quilômetros de papiro, embora só tenham sido
descobertas algumas centenas de metros.
Após o estudo sobre o papel
egípcio, alunos dos oitavos anos criaram uma releitura do papiro, utilizando
faixas de curativo (gase) e cola com café em pó sobre cartolina, após feito o
papel fizeram desenhos sobre elementos da cultura egípcias com giz de cera, o
resultado ficou esteticamente maravilhoso.
Fonte: http://www.fascinioegito.sh06.com/papiros.htm
No Egito Antigo a escrita mais
usada era conhecida como escrita hieroglífica, pois era baseada em hieróglifos.
Estes eram desenhos e símbolos que representavam idéias, conceitos e objetos.
Os hieróglifos eram juntados, formando textos. Esta escrita era dominada,
principalmente, pelos escribas.
Os egípcios escreviam, usando os
hieróglifos, no papiro (espécie de papel feito de uma planta de mesmo nome) e
também nas paredes de pirâmides, palácios e templos.
Estes hieróglifos são a principal
fonte histórica para entendermos a história desta importante civilização
antiga. Poucos egiptólogos (estudiosos do Egito Antigo) conseguem decifrar a
escrita hieroglífica.
Já após o estudo sobre a escrita
dos egípcios, as turmas criaram seus próprios hieróglifos e brincaram de
escrever com os mesmos sobre blocos de massa cerâmica (argila), deixando
exposto para ser apreciado pelos colegas da escola.
Fonte: http://www.suapesquisa.com/egito/hieroglifos.htm
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